Children Confront a Harsh Reality: "Why Do People Defecate Where the Fish Live?"
When children from Primary School "25 de Junho" on Mozambique Island set out to research climate change impacts, they uncovered something that shocked them deeply. Armed with curiosity and concern, these young environmental advocates explored their beloved beach, documenting what brought them joy—crystal-clear waters, majestic rocks — and what broke their hearts.What disturbed them most? Adults defecating on the beach shores where marine life thrives.
Uncomfortable Questions Demanding Answers
The children didn't shy away from the difficult questions. During their research, they confronted local authorities with blunt, powerful inquiries that cut to the heart of the matter:"Why do people defecate in the sea?""Why do people, after defecating, go wash themselves on the beach where there are fish?""What can we do to stop people from defecating and dumping waste in the ocean?"These weren't rhetorical questions. The children genuinely sought to understand —and change — a practice they witnessed destroying their coastal environment.
The Uncomfortable Truth
Interviewed by children, Mr. Aly Sualé, Environmental Councillor of Mozambique Island Municipality, provided some answers. The practice stems from a complex web of challenges: lack of adequate sanitation infrastructure in periurban neighborhoods, poverty that makes latrine construction unaffordable, insufficient awareness about health risks, and deeply entrenched generational habits.For many families, the beach has become a "more accessible" alternative to sanitation facilities they simply don't have. What adults may view as necessity, children see clearly as crisis — one that contaminates water, spreads diseases like cholera and diarrhea, and destroys the marine ecosystem they cherish.When Children Lead the WayRather than accepting this reality, the young researchers took action. They designed radio programs to raise awareness, speaking directly to other children and the broader community about the dangers of beach defecation. Their message is clear: protecting the ocean isn't just about environmental conservation—it's about community health, human dignity, and safeguarding their future.These children from Mozambique Island are proving that age is no barrier to environmental leadership. Through their direct questions and creative advocacy, they're challenging adults to confront uncomfortable truths and demanding the change their generation deserves.
Written by Lucas Castro e Elena Colonna
[version in Portuguese]
Crianças Enfrentam uma Realidade Dura: “Por que é que as pessoas defecam onde vivem os peixes?”Quando as crianças da Escola Primária 25 de Junho, na Ilha de Moçambique, começaram a investigar os impactos das mudanças climáticas, descobriram algo que as chocou profundamente. Munidas de curiosidade e preocupação, estas jovens defensoras do ambiente exploraram a sua praia tão querida, registando o que lhes traz alegria — águas cristalinas, rochas majestosas — e o que lhes parte o coração.O que mais as perturbou? Adultos a defecarem nas margens da praia, onde a vida marinha floresce.
Perguntas Difíceis à Procura de Respostas
As crianças não fugiram das perguntas desconfortáveis. Durante a pesquisa, confrontaram as autoridades locais com questões diretas e poderosas:
- “Por que é que as pessoas defecam no mar?”
- “Por que é que as pessoas, depois de defecarem, vão lavar-se na praia onde há peixes?”
- “O que podemos fazer para impedir que as pessoas defequem e deitem lixo no oceano?”
Estas não eram perguntas retóricas. As crianças queriam realmente entender — e mudar — uma prática que testemunham a destruir o seu ambiente costeiro.
A Verdade Desconfortável
Entrevistado pelas crianças, o Senhor Aly Sualé, Vereador do Ambiente do Município da Ilha de Moçambique, ofereceu algumas explicações. A prática resulta de uma combinação complexa de desafios: falta de infraestruturas adequadas de saneamento nos bairros periurbanos, pobreza que torna impossível a construção de latrinas, pouca sensibilização sobre riscos à saúde e hábitos enraizados ao longo de gerações.Para muitas famílias, a praia tornou-se uma alternativa “mais acessível” às instalações sanitárias que simplesmente não têm. O que os adultos veem como necessidade, as crianças identificam claramente como uma crise — uma crise que contamina a água, espalha doenças como cólera e diarreias, e destrói o ecossistema marinho que tanto valorizam.
Quando as Crianças Mostram o Caminho
Em vez de aceitarem esta realidade, as jovens pesquisadoras decidiram agir. Criaram programas de rádio para sensibilizar a comunidade, falando diretamente a outras crianças e ao público em geral sobre os perigos de defecar na praia. A mensagem delas é clara: proteger o oceano não é apenas conservar o ambiente — é cuidar da saúde da comunidade, da dignidade humana e do futuro delas.Estas crianças da Ilha de Moçambique estão a provar que a idade não é barreira para a liderança ambiental. Através das suas perguntas diretas e da sua criatividade, estão a desafiar os adultos a enfrentar verdades incómodas e a exigir as mudanças que a sua geração merece.
Escrito por Lucas Castro e Elena Colonna
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Posted on Thursday 20th November 2025